O Coco da Copa






Sim. Ele voltou.



Umas das mais idiotas tradições minhas se repete este ano.


Em junho de 2002, durante a Copa do Mundo da Coréia e Japão, eu caminhava preocupado no meio da madrugada pelo jardim de minha casa (sim, os jogos começavam as 3 da madruga) porque o Brasil acabara de tomar um gol da Inglaterra, aos 22 minutos do primeiro tempo, na partida válida pelas quartas-de-finais.

Foi quando encontrei no chão, soluçando baixinho, um coco recém-caído, sozinho, tristonho e abandonado no cantinho do canteiro.


Com o coração em cacos, apanhei o pequeno coco e o levei pra assistir o restante do jogo comigo.


Com o coco em mãos, vi Rivaldo empatar a partida aos 47 da primeira mão. Totalmente fora de minhas faculdades mentais, eu conversava com o coco, comentava os lances e concordava com tudo que ele supostamente me dizia.


No segundo tempo, Ronaldinho vira o jogo com um gol de falta que, acreditem, eu tinha sonhado um dia antes exatamente como seria (sério. Mainha, Keké e Rodrigo são testemunhas. Eu avisei como seria antes de acontecer. Mas isso é história pra outro post...).


A virada foi o suficiente pra eu ner no coco, a salvação da seleção. Foi o suficiente para eu beijá-lo, abraçá-lo, jogá-lo para cima, creditar a classificação para as semis ao pequeno fruto, tratando-o como um filho até o grande dia da Final, quando vencemos a Alemanha por 2x0 e nos sagramos pentacampeões. Pra mim, tudo graças ao coco.


Desde então, no primeiro dia de Copas do Mundo, eu recruto um novo coco para ser meu Coco da Copa, o nosso guru, o nosso mentor, o nosso talismã Copal.

O Coco da Copa de 2010 nasceu hoje pela manhã, no posto do IBGE onde eu trabalho. Ainda lembro da minha timidez, uma semana atrás, ao tentar explicar aos meus colegas que eu teria que ir ao trabalho com um coco debaixo do braço. Perdi noites de sono, imaginando que perderia meu emprego quando meus coleguinhas alegassem minha insanidade.


Hoje, foi o dia da verdade.


Flavinha, Madrinha do Coco


Keké lendo com o sobrinho


Jéferson, o padrinho


Desterro, chaveirinho do coco


"Eu o nomeio: O Coco da Copa" (sim, eu estava emocionado)



No fim do dia, cheguei em casa Fulo da vida. Porque só pode ser brincadeira. O pior aconteceu...


Meus colegas do trampo já gostam mais do Coco que de mim... ¬¬


Segunda-feira tô pensando seriamente em deixá-lo assistindo os jogos em casa. Mas tenho medo de que meus colegas deixem de falar comigo se eu fizer isso. Se brincar, posso até perder meu emprego. Bosta...






Coco da Copa. Porque com a gente, o coco não é seco.



Ps: Você acha que a galera não levou o Coco a sério? Semana que vem, postarei um video especial, mostrando o tanto que o maldito coco é paparicado. (ciúme mode = ON)

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