Sim. Eu Preciso de Óculos. Ou Não.



Há pouco mais de um ano (ou 3, não sei ao certo) fui a um óculista renomado em Natal-RN, acompanhando mainha. Pra unir o útil ao agradável (e quem sabe até ganhar um pirulito depois da consulta) decidi fazer também um exame rápido pra ver se estava tudo ok com minha vista.



O Oftalmologista me fez sentar numa cadeira, diante de uma tela branca, o que, não sei porquê, me fez lembrar de certa cena angustiante de um filme de Stanley Kubrick.



Porém, contudo, todavia, o médico não arregalou meus olhos a força, nem me fez ver cenas violentas até me fazer uma lavagem cerebral. Ele apenas exibiu algumas letras e números na tela branca e me mandou adivinhá-las apenas com o poder da visão.



E eu adivinhei. Todas. JackPot!! Perfect!! O doutor me deu os parabéns e disse que eu tinha olhos de águia. Saí do consultório todo pomposo, vendo pulgas e micróbios em todo lugar.



Até que hoje, no posto do IBGE, encontrei um par de óculos.





Mas antes de continuarmos, um segundo de atenção para o pulo desse gato:





Obrigado.





Voltando ao assunto, encontrei hoje, durante nosso expediente matinal um par de óculos. Pertenciam ao meu colega Jeferson, mas pelo fato de estar já há 6 dias no mesmo lugar, imóvel e intocável, achei que meu caro colega já tinha abandonado ao destino as pobres lentes.



Apanhei-as com cuidado, retirei as teias de aranha que haviam entre as lentes e, simplesmente para fazer graça e quebrar a tensão, pus os óculos para perguntar quantos graus meu nível de charme havia subido com o uso daquele acessório.



Foi então que ví o mundo com outros olhos. Claro, límpido e remasterizado. Minha visão da realidade mudou, o mundo a minha volta agora estava em HD. Durante muito tempo, enxerguei a vida com a qualidade máxima de um R5 ou até quem sabe de um TS.



Mas não agora. Agora eu via o mundo com som e imagem digital. Tudo perfeito. E acredite, a imagem era tão nítida, de tão boa qualidade, que estava até em WideScreen.



No intervalo para o almoço, catei a edição nova da placar e guardei para levá-la ao posto. Ia ser minha primeira experiencia de leitura em High Definition. Ao chegar ao posto, coloquei os óculos da felicidade (qual o seu problema, Jéferson, leve seus óculos pra casa, pow!!) e comecei a ler a revista esportiva.





2 minutos. Foi o tempo que durou essa experiência, antes de eu começar a sentir náuseas, irritação na vista e dor de cabeça. Meus olhos agora estão vermelhos, sinto fome e minha vista dói. E Jeferson acabou me confessando que o grau das lentes do óculos é quase nenhum. Zero ponto alguma coisa. O mínimo que se pega, ou coisa assim.



É... Talvez eu precise de óculos. Talvez não. Talvez as lentes tenham apenas me dado uma sensação engraçada de 3D e eu achei que aquilo era o meu nirvana visual.



Ou talvez, quem sabe, eu descobri que, simplesmente, a mais nítida realidade desse nosso mundo é algo realmente duro de enxergar.


Bjs vejovocêporaí

Comentários